Quando criança, eu achava engraçado ver meu pai se referir à uma determinada pessoa pela alcunha “Cobrinha”. Pensava que iria ver uma cobra pequena ou uma pessoa com a cabeça igual ao citado réptil. Coisas de criança ... Cresci e vi no famoso “Cobrinha” uma iconografia da música de Piracicaba, perpetuada por muito tempo nos versos do nosso hino, entoando bravamente “Piracicaba que eu adoro tanto, cheia de flores, cheia de encantos ...”. Victorio Ângelo Cobra é hoje merecedor de uma praça situada em frente ao Cemitério da Saudade, segurando seu inseparável violão o qual nos remete aos nostálgicos tempos das serestas. Em 1988, Manoel Lopes Alarcon investiu tudo que pôde para lançar o LP “80 Anos de Cobrinha”, cuja capa foi desenhada por Edson Rontani, numa época em que computador era coisa rara e o nanquim era amigo – também inseparável – dos bons desenhistas. Na contracapa, o radialista Vidal Ramos exalta a história de nosso seresteiro, cuja voz pôde ser ouvida neste “longa-duração” em dez músicas escolhidas a dedo por Alarcon, incluindo “Amarga Serenata”, “Chão de Estrelas” e a eterna “Piracicaba”, de Newton Mello. (Edson Rontani Júnior – jornalista, erj@merconet.com.br)
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