* Edson Rontani Júnior
Sempre sonhei com uma sociedade justa e ideal para vivermos, agregando à ela valores como respeito, educação, cavalheirismo e outras boas ações. Uma vida boa para mim e para todos meus semelhantes. Em matéria intitulada “XV briga por criação do Nhô Quim”, veiculada por este jornal (A Tribuna Piracicabana) na última quinta-feira, creio ter havido alguma distorção na mensagem que enviei à imprensa.
Gostaria de deixar claro que não enviei um mero e-mail, pois, no sentido pejorativo, ele pode ser considerado com um mero SPAM (algo indesejado). O que enviei foi um press-release, de forma eletrônica como é usual na mídia. De SPAM não entendo, de press-release sou legalmente habilitado para produzi-los, como jornalista profissional registrado diante do Ministério do Trabalho.
No subtítulo, o autor da matéria diz que “empresas seriam processadas pelo uso indevido” (do Nhô Quim). Em momento algum escrevi “processo” ou “notificação extra-judicial”. Falei sim de notificação, entendo por isso o envio de uma mera carta cientificando que o desenho (não a marca) da mascote do XV é de autoria de Edson Rontani e, portanto, há de se ter certa consideração pelos direitos do autor, não me referindo a ganho monetário muito menos tapinhas nas costas, e sim algo do tipo “estou usando o desenho, posso ?”. Claro que o consentimento seria pertinente. Sempre foi, inclusive durante a vida de seu autor.
Como a matéria foi assinada por um profissional, creio que, antes de tudo, ela espelhou uma visão particular de quem a escreveu, pois o título diz que o “XV briga por criação do Nhô Quim”. Quem briga então é ... o XV, não a família Rontani...
Em momento algum – gostaria de deixar claro – está se tentado o impedimento do uso da mascote ou que o XV não teria autorização para seu uso. Muito pelo contrário. Tenho certeza de que os tempos atuais são de parcerias e vejo no XV e em outras empresas que acreditam na força do desenho em questão que são estas entidades excelentes propagadoras de uma tradição com mais de meio século, afinal, manter no imaginário coletivo um personagem por 63 anos não é fácil.
Entendo o papel da imprensa, pela qual luto desde 1979 e pela qual me graduei e me tornei especialista com título de pós-graduação. Temos de praticar um papel que instigue os assuntos, tornem as pautas mais interessantes. Participei de entrevistas, fui alvo de críticas nos últimos dias, mas queria deixar claro que reproduzir um desenho com uma assinatura é uma coisa, falar de personagem é outra. Lei Pelé, Lei de Domínio Público, Lei dos Direitos Autorais, propriedade intelectual e tantas outras legislações são coisas que não interessam no momento. Não procuremos “oportunismos” como foi falado neste ínterim. Procuremos união para juntos, seja com o XV ou com empresas interessadas, oferecer cultura aos jovens que acreditam no esporte. Afinal, estamos falando de futebol e não de um ringue de boxer.
Thomas Mazzoni, Nino Borges, Rocha Netto e Edson Rontani estão envolvidos hoje apenas em nossas memórias, até mesmo porque não estão mais neste plano espiritual. Se alguém teria que contestar a criação de uma mascote seriam eles. O uso de um desenho com assinatura depende sim de seus descendentes. Independente desse desenho ser a reprodução de um mascote, uma pedra, o salto do Rio Piracicaba... Tendo uma assinatura embaixo do desenho é propriedade intelectual. Reproduzir sem a devida permissão é outra situação. Nos jornais, não são publicados os créditos das fotos ? Republique algo sem autorização e veja o que acontece.
Senhor Luis Beltrame, a quem muito considero, peço desculpas se o deixei alterado. Não era essa a intenção. Não entendo de leis como você que é advogado. Se eu entendesse de lei, não seria jornalista. Gostaria muito de entender de Lei Pelé e leis que falam de direitos autorais. Talvez até possamos aprender juntos. Como disse, em reportagens na Rádio Difusora A.M. e em matéria veiculada por este jornal – aliás, ambas feitas pelo mesmo profissional – não procurava sua ira, apenas sua compreensão, e parceria do time ao qual lhe foi dada a presidência na intenção de juntos buscarmos ações para o desenvolvimento da cultura e quem sabe dar um novo “gás” no personagem, com concursos de desenhos, workshops e algo que motive as gerações que estão surgindo a gostar de nosso alvinegro como eu e você gostamos, dando um motivo para que essa juventude se espelhe em ícones que Piracicaba ainda possui. Parcerias se fazem na base da amizade. Concordam ?
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