A foto acima mal esconde a idade precoce deste moço, já com feição de "adulto formado", que deixou grande herança aos seus familiares e à Piracicaba. Natal Meira Barros, ou Chinim, teve vida curta. Filho de Josué Meira Barros e Bianca Buldrini, viveu na área central de Piracicaba. A residência de sua família ficava no número 162 da rua do Rosário, esquina da rua Prudente de Moraes, onde hoje encontra-se uma lanchonete. A numeração mudou. O prédio original continua lá. A família anos mais tarde venderia o prédio para ser instalada a Casa Oliveira, e anos depois, funcionou uma sapataria.
Seu pai era comerciante de produtos alimentícios e armarinhos. Natal era o filho primogênito de uma família composta ainda por Romeu, Luís, Julieta, Ivone (que faleceu com 15 anos), Judith e Octávio. Octávio foi quem seguiu a profissão do pai com um supermercado situado nas esquinas da rua José Pinto de Almeida e avenida Estados Unidos, Cidade Jardim em Piracicaba. Romeu morreu cedo também, devido à um infarto. Luís, casado com Lurdes, faleceu no banheiro de sua casa fazendo barba. Também morreu de infarto. Tinha uma lambreta, veículo "da moda" nos anos 50 e 60. Julieta casou-se nos anos 30 com Humberto D'Abronzo, da Caninha Tatuzinho, posteriormente vice-prefeito, candidato na chapa de Luciano Guidotti, comendador e presidente do Clube Atlético Piracicabano e do Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba. Julieta, teve vida confortável. Judith casou-se com Manoel Sampaio de Mattos, funcionário público estadual lotado na CATI / Secretaria da Agricultura, que por anos funcionou na rua Rangel Pestana, ao lado do Big Chicken e por onde funcionou até meses atrás o ateliê de Ivan Cabelereiro.
Seu pai era comerciante de produtos alimentícios e armarinhos. Natal era o filho primogênito de uma família composta ainda por Romeu, Luís, Julieta, Ivone (que faleceu com 15 anos), Judith e Octávio. Octávio foi quem seguiu a profissão do pai com um supermercado situado nas esquinas da rua José Pinto de Almeida e avenida Estados Unidos, Cidade Jardim em Piracicaba. Romeu morreu cedo também, devido à um infarto. Luís, casado com Lurdes, faleceu no banheiro de sua casa fazendo barba. Também morreu de infarto. Tinha uma lambreta, veículo "da moda" nos anos 50 e 60. Julieta casou-se nos anos 30 com Humberto D'Abronzo, da Caninha Tatuzinho, posteriormente vice-prefeito, candidato na chapa de Luciano Guidotti, comendador e presidente do Clube Atlético Piracicabano e do Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba. Julieta, teve vida confortável. Judith casou-se com Manoel Sampaio de Mattos, funcionário público estadual lotado na CATI / Secretaria da Agricultura, que por anos funcionou na rua Rangel Pestana, ao lado do Big Chicken e por onde funcionou até meses atrás o ateliê de Ivan Cabelereiro.
Josué tinha um depósito em casa situada na rua do Rosário esquina com a rua José Ferraz de Carvalho, ainda conservada e existente.
Natal Meira Barros participou ativamente em sua adolescência do Náutico Clube de Regatas de Piracicaba, ponto de encontro obrigatório dos piracicabanos nos anos de 1920 e 1930. Isso porque Piracicaba ainda "acontecia" na beira da rua do Porto, mais precisamente na avenida Beira Rio. Foi auxiliar de educação física no Tiro de Guerra de Piracicaba.
Na foto acima, a única recordação que a família possuí - a familia já está na sexta geração - ele tinha 16 anos de idade. Claro que parece ter mais, mesmo denunciado pela foto hoje envelhecida e pelos trajes típicos de 1931/1932.
Foi um tio-avô que não conheci. De todos é o que eu, irmãos e tios não possuímos qualquer tipo de lembrança na memória. Creio ter sido um dos últimos também a ter conhecido seus irmãos Luís e Romeu que faleceram cedo, com pouco mais de 30 anos. Mesmo assim, só o conheço de histórias passadas pelos pais e tios. Não vem à minha mente a imagem do "Tio Romeu". Devido à estas histórias passadas de geração à geração, posso estar sendo cruel e omitindo qualquer fato real. Luís Meira Barros foi vereador e presidente da Câmara Municipal durante os anos 1950, na gestão do prefeito Luis Gonzaga.
Natal Meira Barros foi imbuído pelo idealismo que surgira em 1932 na capital paulista na intenção de evitar as artimanhas políticas de Getúlio Vargas, que havia destituído a Constituição Brasileira e tinha poderes tanto no executivo, como o legislativo e no judiciário. Ele foi um dos Voluntários de Piracicaba que combateu na Revolução Constitucionalista de 1932. Pelos registros, deve ter sido o combatente mais moço falecido no front.
A sociedade cobrava muitos dos jovens. As mulheres diziam que homem que não ia à guerra teria de vestir saias. Muitos tinham seu orgulho ferido por este preconceito. Natal fugiu de casa e partiu para São Paulo, onde receberia instruções militares para combater no front. Josué, seu pai, o resgata levando-o para o seio familiar. A intervenção só foi possível quando Josué convenceu o general Bertoldo Klinger que Natal era moço demais para o combate. Não tinha sequer 18 anos. Chega a Piracicaba no final da manhã de um dia de 1932. À tarde, por volta das 14h30 pega outro trem, alista-se em São Paulo (por isso os registros de alistamentos em Piracicaba não trazem seu nome) e parte para a frente norte de batalha, na divisa com o Rio de Janeiro.
Judith Meira Barros Sampaio de Mattos, a única irmã viva, na casa de seus 94 anos, lembra que na época não existia rádio. As informações vinham do jornal "O Momento", situado na rua São José, em frente ao antigo Cine Broadway, onde encontra-se hoje o Condomínio Edifício Alferes. À cada nova informação, uma sirene era tocada na sede do jornal, alertando a população sobre os ocorridos. A família Meira Barros morava a pouco menos de 200 metros do local e partia angustiada e na expectativa de notícias.
Natal serviu o 2° Batalhão de Funcionários Públicos que dominara a cidade de Pinheiros. Viveu entrincheirado por dias. Um superior ordenou a um grupo a busca de madeira para construir barracas. Era ele e mais três outros voluntários passaram por um bambuzal. De repente, tiro para tudo que era lado, vindo da Força Pública (Polícia Militar, na época) do Pernambuco que estava entocaiada na região.
Natal serviu o 2° Batalhão de Funcionários Públicos que dominara a cidade de Pinheiros. Viveu entrincheirado por dias. Um superior ordenou a um grupo a busca de madeira para construir barracas. Era ele e mais três outros voluntários passaram por um bambuzal. De repente, tiro para tudo que era lado, vindo da Força Pública (Polícia Militar, na época) do Pernambuco que estava entocaiada na região.
Natal foi concebido pelo amor de Josué e Bianca. Nasceu em 25 de dezembro de 1914, recebendo o nome de Natal por ter vindo ao mundo em uma data tão especial para a crença cristã. Um tiro irrompido no matagal de Pinheiros atingiu-lhe o pescoço, na manhã de 27 de agosto de 1932. Recolhido ao Hospital do Sangue de Cruzeiro, não resistiu à hemorragia falecendo no dia 30 de agosto daquele ano.
Os restos mortais do jovem Natal - o combatente mais jovem morto no front - chegou em caixão trazido na Estação de Trem da Paulista. Os irmãos, na casa dos 6 aos 12 anos, não sabiam ao certo o que havia ocorrido. A casa dos Meira Barros entristeceu por muito tempo. Tempo este que não apaga a dor sentida por Judith, sua irmã, ainda viva, na casa dos 94 anos de vida. Ela e sua irmã Julieta por décadas mantiveram o ideal de Natal, com visitas ao Mausoléu, participando das atividades do 9 de julho e jurando viver até o fim de seus dias propagando o ideal do jovem de 17 anos que abandonou carreira e família para ter seu nome na lembrança de 1932.
Ao ver, neste 9 de julho de 2012, senhores na casa de 96 e 98 anos, sendo três deles combatentes da Revolução de 1932 ainda vivos, fica aqui a lembrança de Natal Meira Barros, que jaz no Cemitério da Saudade e tem seu nome estampado em Travessa situada no bairro Higienópolis, em Piracicaba, em em rua no Jardim Aricanduva em São Paulo. (Edson Rontani Júnior)
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