* por Edson Rontani
Há 150 anos,
no dia 13 de fevereiro de 1841, nascia na chamada Villa de São Carlos, hoje
cidade de Campinas, Manoel Ferraz de Campos Salles, de uma família de grandes
fazendeiros de café. Estudou na faculdade de São Paulo, onde se diplomou em
1863, fazendo parte da turma, entre outros, Prudente de Morais, Bernardino de
Campos e Francisco Quirino dos Santos.
Formado,
Campos Sales passou a trabalhar como advogado em Rio Claro. Casou-se em 1865,
com uma prima pelo lado paterno, Ana Gabriela de Campos Sales, estabelecendo-se
então em Campinas. Em 1867 iniciou sua carreira politica como deputado na
Câmara Provincial de São Paulo. Deputado a Câmara Imperial em 1885, foi nomeado
ministro da Justiça do Governo Provisório, em 1889, quando promulgou vários
decretos, e entre eles destacaram os que estabeleceram o seguinte: casamento
civil, separação da Igreja do Estado, abolição de passaportes em tempo de paz ,
abolição da pena de galés, promulgação do novo Código Penal, melhoria das
condições do trabalho agrícola, organização da justiça federal, reforma do
código comercial etc.
Mais tarde
ocupou Campos Sales a cadeira de senador, e, a 1º de maio de 1896, assume a
presidência do Estado de São Paulo, sucedendo Bernardino de Campos. Entretanto
seu nome foi indicado para Presidência da República em outubro de 1897, e nas
eleições, realizadas a 1°. de março de 1898, saiu vencedor Campos Sales,
tomando posse a 15 de novembro.
Antes de
assumir a presidência, ele viajou para a Europa, a bordo do “Thames”,
procurando negociar com credores do Brasil a suspensão do pagamento da dívida
externa, e grande foram as dificuldades que se lhe depararam. Mas não
desanimou. Manteve contato com reis, príncipes e ministros, homens da ciência e
figuras das altas finanças internacionais, visitou fábricas e bancos.
Os
compromissos que assumira foram integralmente cumpridos, graças às políticas de
aumento das rendas públicas e de contenção das despesas, que lançaram as bases
da prosperidade que reinaria durante os anos seguintes.
Afirmando sua
decisão de governar acima de todas as divisões partidárias, Campos Sales
estabeleceu a chamada “política dos governadores”, segundo a qual o governo
federal reconhecia os deputados e senadores indicados pelos governadores dos estados,
exigindo em troca o apoio desses representantes à política geral do governo.
Foi também
durante o quadriênio de Campos Sales que se resolveu a secular questão do
Amapá, que a França pretendia anexar a Guiana.
Deixando o
governo, Campos Sales retirou-se da vida política voltando para o interior de
São Paulo, recolhendo-se à sua Fazenda Banharão, tão pobre que lutava com
dificuldades. Mas logo seus amigos o fizeram voltar à vida pública, e, em 1910,
passa a ocupar uma cadeira de senador por São Paulo. No princípio de 1913, seu
nome foi lembrado para candidatar-se mais uma vez a presidente da República.
Morreu pouco depois, a 28 de junho de 1913.
Matéria originalmente publicada
no “Jornal de Piracicaba” de 12 de dezembro de 1991.
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