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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Mais grafites em Piracicaba


"Cão fila". Essa foi uma das primeiras manifestações em grafite que tivemos em todo o estado de São Paulo no final dos anos 70. Pixar dava e ainda dá cadeia. Mas na época, o spray em lata era um poderoso instrumento contra a repressão dos atos institucionais, da censura e contra a atitude dos militares que governavam o Brasil.

"Cão Fila km 26 S. Bernardo" foi iniciativa de um dono de canil situado em São Bernardo do Campo. Mandou garotos pixar em todo o estado para fazer sua propaganda. Mas a coisa pegou ... Virou simbolismo contra a agressividade expressada pelo General Ernesto Geisel, presidente do Brasil no final dos anos 70. Daí para a frente foi um pulo.

"O Diário de Piracicaba" de 16 de janeiro de 1980 descreveu o grafite como "uma nova forma de informação ... em que jovens querem manifestar poesia, homem, mulher, política e filosofia".

Olhando a reportagem nota-se que seu uso era totalmente ingênuo, pois a reportagem comenta que manifestações foram feitas nas ruas com as inscrições "A Noiva da Colina usa Rexona" ou "A Noiva da Colina comprou seu vestido na Casa São Joaquim".


Bordão clássico na boca dos jovens no final dos anos 70



Nada de black bocker com cara escondida por uma camiseta. Spray na mão e "Fora, Figueiredo".

Fotos : Reprodução de "O Diário" - coleção do Instituto Martha Watts

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