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sábado, 3 de outubro de 2015

Guilherme Vitti - ausência em seu centenário


Faleceu, em 30 de setembro de 2015, o historiador Guilherme Vitti. Ele tinha 100 anos, completados no dia 25 de julho deste mesmo ano. O corpo de Vitti foi velado no salão nobre da Câmara de Vereadores de Piracicaba e enterrado no Cemitério da Saudade.

Responsável por iniciar os trabalhos de documentação e resgate da história da Câmara, Vitti foi o funcionário que mais tempo permaneceu na Casa, com mais de 50 anos de serviços prestados ao Poder Legislativo piracicabano, deixando-o somente em 2006, aos 91 anos.

Em agosto, a Câmara havia aprovado a moção de aplausos 131/2015, proposta pelo vereador André Bandeira (PSDB), em reconhecimento à idade centenária e à contribuição dada pelo historiador para a preservação da memória do município. "Vitti sempre esbanjou sabedoria, bondade e, acima de tudo, respeito pela história de Piracicaba", ressaltava o texto da homenagem.

TRAJETÓRIA - Descendente de italianos, Vitti nasceu em Piracicaba, em 25 de julho de 1915, no tradicional bairro de colônia tirolesa Santana. Era, entre 12 irmãos, o filho mais velho de Angelina e José Vitti. Casado com Maria José dos Santos Vitti, adotou quatro filhas. Deixa nove netos, nove bisnetos e um tataraneto.

Vitti viveu dez anos em Rio Claro (SP), onde foi seminarista no Colégio Santa Cruz dos Padres Estigmatinos, e teve participação efetiva no projeto de construção da igreja de Santana. Formou-se em Filosofia e Letras e foi professor de latim e língua portuguesa na Escola Estadual "Sud Mennucci" e no Colégio Piracicabano.

Foi um dos fundadores e primeiro presidente do Ipasp (Instituto de Previdência e Assistência Social dos Funcionários Públicos Municipais de Piracicaba) e vereador de 1948 a 1951, na primeira legislatura após a redemocratização do país. Auxiliou na fundação do IHGP (Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba) e da Academia Piracicabana de Letras.

Viveu várias fases do desenvolvimento da cidade. Era considerado, pelos intelectuais, "a memória viva de Piracicaba", da qual sempre falava com experiência e conhecimento de causa.

Trabalhou na Prefeitura, começando na gestão de Luciano Guidotti, como secretário do prefeito, e dela saindo no governo Adilson Maluf, onde era chefe do departamento administrativo.

Foi o responsável pelo início do arquivo histórico da Câmara, que reúne a documentação mais antiga de Piracicaba. Ao se aposentar, deixou em seu lugar o historiador e atual diretor do Departamento de Documentação e Arquivo, Fábio Bragança. "Pragmático e perfeccionista, Vitti foi quem datilografou e encadernou os livros-atas da Casa de Leis. Sempre foi muito preparado historicamente e um cuidador dos arquivos, organizado e com um conhecimento ímpar sobre os acontecimentos da cidade", reforçava o texto da moção de aplausos aprovada em agosto pela Câmara.

Vitti também escreveu diversos livros, como "História Colorida de Piracicaba Bicentenária", "Manual da História de Piracicaba" e "Esperança de uma Vida Nova", colaborou com artigos publicados pelo "Jornal de Piracicaba" e traduziu cartas e obras do dialeto trentino e do latim.

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