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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Victorio Angelo Cobra, o "Cobrinha" - 80 anos


Quando criança, eu achava engraçado ver meu pai se referir à uma determinada pessoa pela alcunha “Cobrinha”. Pensava que iria ver uma cobra pequena ou uma pessoa com a cabeça igual ao citado réptil. Coisas de criança ... Cresci e vi no famoso “Cobrinha” uma iconografia da música de Piracicaba, perpetuada por muito tempo nos versos do nosso hino, entoando bravamente “Piracicaba que eu adoro tanto, cheia de flores, cheia de encantos ...”. Victorio Ângelo Cobra é hoje merecedor de uma praça situada em frente ao Cemitério da Saudade, segurando seu inseparável violão o qual nos remete aos nostálgicos tempos das serestas. Em 1988, Manoel Lopes Alarcon investiu tudo que pôde para lançar o LP “80 Anos de Cobrinha”, cuja capa foi desenhada por Edson Rontani, numa época em que computador era coisa rara e o nanquim era amigo – também inseparável – dos bons desenhistas. Na contracapa, o radialista Vidal Ramos exalta a história de nosso seresteiro, cuja voz pôde ser ouvida neste “longa-duração” em dez músicas escolhidas a dedo por Alarcon, incluindo “Amarga Serenata”, “Chão de Estrelas” e a eterna “Piracicaba”, de Newton Mello. (Edson Rontani Júnior – jornalista, erj@merconet.com.br)

Cobrinha - 80 Anos


COBRINHA, 80 ANOS !...

QUE BELEZA ! COBRINHA, o eterno seresteiro de canções eternas, retorna auspiciosamente ao mundo fonográfico saudosista, revivendo gostosa e saudosamente dez clássicos da música do passado, demonstrando, mais uma vez, que a belíssima voz que Deus lhe deu tem se robustecida com o passar dos anos e uma página musical de quarenta, cincoenta ou sessenta anos atrás interpretada por ele hoje, se reveste de novos e invulgares matizes tonais, num timbre de voz suavizado e embelezado pela experiência de uma fecunda carreira.

Na verdade, COBRINHA, aos 80 anos de idade e mais de 60 anos de serestas, mantém vivo o seu invejável cartaz de seresteiro romântico das românticas serenatas cantadas ao luar de sua querida Piracicaba!... As músicas de serenatas cujas composições de quarenta ou cincoenta anos passados expressavam de modo tão significativo as ânsias românticas dos enamorados, os tormentos agridoces de um coração partido, as torturas mentais suscitadas pela dúvida, estão reunidas neste preciosíssimo microssulco que já ganhou notoriedade no cenário discográfico da saudade.

Ouvindo este lançamento da "Califórnia", temos a certeza de que não haverá saudosista por mais velho, por mais triturado pelo tempo, que não sinta, na voz belíssima de COBRINHA, o reamanhecer do próprio coração, o reflorir dos sonhos já esmaecidos e o renascer de todas as esperanças. O sonho do velho (no sentido bom da palavra) COBRINHA, de ver um "long-play" marcando a passagem do seu 80°. aniversário natalício está concretizado. Mas, a bem da verdade, a realização deste sonho só foi possível graças ao nosso comum amigo MANOEL LOPES ALARCON, que planejopu, produziu este longa-duração de ponta a ponta, inclusive cuidando da seleção musical e financiando todos os encargos, para que o brasileiro de hoje - indenpendentemente de sua idade - possa ter nas mãos um verdadeiro breviário musiucal do amor !...

Tenho certeza de que o nosso querido amigo COBRINHA, ao sentir nas mãos este disco, elevará suas preces ao Criador, dando graças por ter um amigo realmente sincero e maravilhoso que se chama MANOEL LOPES ALARCON.

Parabénms ao COBRINHA, parabéns ao piracicabano MARIO VIEIRA, diretor da Gravadora "CALIFÓRNIA", e a você MANOEL LOPES ALARCON, muitos aplausos pela felicidade que você proporcionou ao querido seresteiro COBRINHA e a todos nós saudosistas e admiradores incondicionais deste maravilhoso cancioneiro de canções eternas

F. VIDAL RAMOS - Radialista, poeta, jornalista
(nota do editor na contra-capa do LP)





quinta-feira, 19 de maio de 2011

Praça da Catedral


Para a geração atual, esta cena pode não ser muito familiar. Mas assim era o trecho em frente à Catedral Santo Antonio, especificamente no largo da Catedral, cruzamento da rua Moraes Barros com a praça José Bonifácio. A foto, provavelmente da virada das décadas de 1950 para 1960, mostra uma confluência concorrida no centro de Piracicaba. Ao fundo, à direita, vê-se o Hotel Central, palco de encontro da sociedade local e ponto de hospedagem de muitos famosos. Atrás, o primeiro edifício de Piracicaba, que compõe a Galeria Brasil. Entre os veículos, os mais modernos para a época, como o “Decavê”, Ford, Aero-Willys, Volkswagen Sedan e Chevrolet Bel Air. (Edson Rontani Jr.)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Johnny Mathis em Piracicaba



Um dos principais artistas da CBS, gravadora do Columbia Brodcasting, Johnny Mathis continua na ativa. Tornou-se cantor por incentivo do pai que o colocou no coral da igreja e no estilo gospel desfilou sua voz considerada uma das melhores junto a Engelberg Humperdinck, Tom Jones, Andy Williams, Al Martino e tantos outros que sempre ficaram abaixo de Frank Sinatra, este sim considerado como “The Voice”. Lançou seu primeiro disco em 1956 e foi acompanhado pelas orquestras de Ray Conniff e Percy Faith. “My Love For You” e “It’s Not For Me to Say” foram seus primeiros sucessos e, talvez, os únicos originais, pois nos anos 60 e 70 passou a regravar sucessos de outros autores. É um ícone do easy listening principalmente pelo tom nada agressivo. Este cantor, cuja discografia hoje pertence à Sony, pisou em Piracicaba, no início dos anos 70, e conforme registro fotográfico, atraiu multidões ao Clube Coronel Barbosa. Mathis hoje é um artista esquecido, preferido pelo público que está na casa dos 60 anos. Já foi cantor de canções que embalaram os mocinhos, mas eternamente terá garantido seu espaço no hall da fama. (Edson Rontani Júnior – http://fotoeahistoria.blogspot.com)


domingo, 1 de maio de 2011

Corporação Musical União Operária de Piracicaba



Na FACE A do disco : Grande Oficial Mário Dedini (marcha de Oswaldo Pettermann), Dona Gilda (valsa de Erotides de Campos), Meio Século (marcha de Oswaldo Pettermann) e Didi (valsa de Jefferson Elias Barbosa).
Na FACE B do disco : Pedro Sérgio Morganti (dobrado de João Pettermann), Triste (valsa de Germano Benencase), Francisco Salgot (dobrado de Luiz Pinazza) e Beijar Sonhando (valsa de B. Almeida Júnior)


Este "Long-Playing" que a RECITAL está lançado promissoramente, dando início a um sério programa de divulgação das mais expressivas afirmações musicais brasileiras, tem o significado de duas homenagens que a cultra brasileira está devendo : uma aos espíritos compreensivos, que estimulam, como o seu apoio, as iniciativas honestas, que visam o preservar o que de mais autêntico possui a arte brasileira e outra, aos núcleos de batalhadores da arte que lutam no interior do Brasil, e que fixam, no seu próprio meio, os flagrantes mais íntimos da alma popular.
Isso explica porque a RECITAL escolheu uma banda de música do interior, para gravar seu primeiro "L. P.". Trata-se da CORPORAÇÃO MUSICAL UNIÃO OPERÁRIA", de PIRACICABA, que tem a tradição de mais de meio século de existência, reunindo músicos amadores, a maioria de condição humilde - operários e trabalhadores - que, atraídos pela música, dedicam seus poucos vagares, à noite, para exaustivas aulas e seguidos ensaios, para o prazer de pertencer a um conjunto musical, que faz honra à cultura artística de São Paulo.
Dirigida com dedicação inexcedível pelo Maestro OSWALDO PETTERMANN, que sucedeu, por sua vez, a seu pai, o Maestro JOÃO PETTERMANN, na regência da Bamda. essa CORPORAÇÃO MUSICAL é uma das mais afamadas do interior do Brasil,  enfrentando tanto as  partituras populares, como as de música erudita, com igual maestria, oferecendo execuções segundo o mais alto nível conseguido por conjuntos dessa natureza.
O primeiro número musical é o que dá o nome ao nosso "L P" : "GRANDE OFICIAL". É uma bem inspirada marcha de autoria do Maestro OSWALDO PETTERMANN, que ele dedicou ao GRANDE OFICIAL MÁRIO DEDINI, o mago da Indústria, o muito justamente cognominado "Consolidador da Agro-Indústria Açucareira no Brasil".
Apesar das grandes preocupações que absorvem seu tempo e sua atenção, o GRANDE OFICIAL MÁRIO DEDINI, tem sido um grande Mecenas das Artes, auxiliando todas as boas iniciativas, que visam o cultivo e o aprimoramento artístico de nossa gente.
Por isso, a CORPORAÇÃO MUSICAL "UNIÃO OPERÁRIA", de PIRACICABA, presta essa homenagem ao nobre incentivador da Música, homenagem que a RECITAL se associa prazeirozamente, na certeza de que está fazendo justiça a quem muito tem feito pela Arte no Brasil.
Todas as outras composições gravadas são de autoria de musicistas piracicabanos, o que dá bem uma idéia do adiantamento musical da chamada "Noiva da Colina".

Dr. LOSSO NETTO
(Diretor do JORNAL DE PIRACICABA)