terça-feira, 30 de julho de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
O grande retratista Christiano
Conheci Christiano Diehl Neto talvez na época em que esta foto foi tirada. Foto, aliás, de acervo particular do próprio Christiano. Ele era fotógrafo do "Jornal do Povo Piracicabano", publicação existente em Piracicaba entre 1977 e 1979. Foi lá que tive minha iniciação no jornalismo, com apenas 11 anos de vida.
O Jornal do Povo tinha redação na rua Rangel Pestana, bem ao meio do quarteirão, do lado direito, numa casa que ainda hoje existe, na qual está montada uma das sedes da Odontoclinic. Dava um prêmio de 10 cruzeiros para quem tivesse sua charge publicada aos finais de semana.
Incentivado por meu pai, desenhista, rabisquei uns desenhos até que certa vez o mesmo saiu na página 2 do Jornal. Era um índio vestido de tanga e um catequista, ambos na praia, numa homenagem a José de Anchieta que escrevia poemas na areia. O índio pergunta : escrevendo poesia ? E o catequista: Não ! Calculando o custo de vida.
"Custo de Vida" era um bordão na época. Rendia manchetes nos jornais e charges nas páginas internas. Foi trocada anos depois pelo termo inflação e não está mais na moda atualmente.
Depois, Paulo Sérgio Markun me convidou junto a meu irmão Eron e aos primos Lorivaldo, Fernando e Mauro a montarmos a página infantil do jornal. Tudo pela farra. Sem ganhar nada. Era o "Jornal do Povo Júnior", última página do último caderno. A primeira pauta foi sobre as filas, enormes, que eram feitas em frente às papelarias de Piracicaba em período anterior às aulas. Piracicaba tinha a Libral, Católica e Brasil, como as únicas opções de papelaria e livraria. Lá fui eu, com minha Instamac Kodak na Libral, que ficava na rua Boa Morte ao lado da Budasom (outra loja que enchia meus olhos, ao ver nas vitrines capas de filmes Super 8 do Superman, dos desenhos da Disney ...).
Entrevistei pessoas, colhi testemunhos, fotografei e fui à redação onde escrevi uma matéria sobre as longas filas e o tempo de espera para adquirir o material escolar. Coloquei na mão do Paulo Markun. Dias depois perguntei a ele sobre a matéria. Ele ficou indignado. "Eu sei onde está", disse-me. Tempos depois voltei e lá estava minha matéria, duas laudas em papel jornal, amassada, como se tivesse sido rejeitada pela grande editor que, com peso na consciência, tirou-a da lata de lixo, desamassou-a e aproveitou-a naquela semana. Assim, estreei como repórter jornalístico.
Foi então que Christiano Diehl Neto entrou na parada. Me orientou sobre fotografia e sobre revelação. Ele trabalhava no estúdio junto ao "Negão", que de tanto chamar-lhe pelo apelido, nunca soube qual era seu verdadeiro nome.
O Jornal do Povo era de propriedade de João Herrmann Netto e buscava mostrar as verdades da cidade. Se isso fosse possível principalmente por estar na mão do prefeito de então, que mergulhava-se naquilo que denominou-se historicamente como "Mar de Lama". Lá conheci Emílio Moretti, o Walter Puga Jr. e sua irmã, o Peninha, a Beatriz Elias e outros.
Diehl trabalhou na tradicional Outsubo na rua XV de Novembro, centro de referência para quem gostava de fotos e cinema. Revelei lá muitos filmes Super-8, numa época em que a revelação era feita em São Paulo, demorando cerca de 20 dias para retornar e agravar a ansiedade em saber se a filmagem tinha saído a contento.
Christiano registrou momentos importantes da política local como a vinda de Lula, acima, a Piracicaba, no Estádio Barão da Serra Negra, durante encontro da União Nacional dos Estudantes (UNE), período em que a entidade era proibida de existir pela ditadura militar. Manifestações ocorriam em estádios ou ginásios. Locais fechados para evitar tumultos.
Outro exemplo de fotojornalismo genuíno é a campanha pelo Rio Piracicaba por volta de 1979, quando a imprensa divulgava cartazes e páginas em preto com a inscrição em branco "O Rio Está Morto", brigando pela manutenção da captação de água para Piracicaba, contrariado o Sistema Cantareira, que levaria água do Rio para a cidade de São Paulo, na gestão do governador Paulo Maluf.
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Peixes
Um varal com vários surubins, ou pintados como conhecemos
por aqui. Parece uma cena vivida no Pantanal Matogrossense. Hoje em dia é. Na
verdade, a foto foi tirada na beira do Rio Piracicaba nos anos de 1960, quando,
ainda ele não era alvo do esgoto, e nos proporcionava pescas como estas com
peixes chegando a pesar quase 100 quilos. E não era papo de pescador. Talvez a
geração atual não acredite. Mas isso realmente aconteceu. Basta perguntar aos
que tem mais “experiência” na vida. Uma cena que impressiona principalmente
pela degradação proporcionada pelo ser humano junto ao meio-ambiente. Foto do acervo pessoal. (Edson Rontani Júnior)
terça-feira, 16 de julho de 2013
XV e Ponte Preta - 1947
Foto envelhecida pelo tempo, cedida pela escritora Ivana França Negri. Mostra partida do E. C. XV de Novembro de Piracicaba e Ponte Preta no Estádio Roberto Gomes Pedrosa em 29 de novembro de 1947.
domingo, 14 de julho de 2013
Memorial Piracicabano será aberto em 2.197
O Memorial da Cultura Piracicabana foi instalado em solenidade realizada à noite de 31 de agosto de 1997, cuja coordenação foi da então Secretária Municipal da Ação Cultural, Aparecida Gregolin Abe, a Cida Abe. Participaram diversas autoridades, inclusive o autor deste blog. O Memorial está situado em frente ao anexo da Câmara de Vereadores, na rua do Rosário, esquina com a rua São José, em frente ao prédio que por anos abrigou a Biblioteca Pública Municipal.
No Memorial, um pouco de tudo. Livros, desenhos, cds, originais, cópias, poesias ... tudo colocado em invólucros sem a presença de oxigênio para conservá-los até sua abertura, que deverá ocorrer 200 anos depois, ou seja em 1° de agosto de 2.197.
sábado, 13 de julho de 2013
CD foi fabricado em Piracicaba pela Philips
Capa de um dos primeiros CDs lançados no Brasil pela Philips. A empresa teve fábrica em Piracicaba na Unileste, pioneira na produção dos compacts discs, sucessores dos long-plays (LPs). A fábrica funcionou por cerca de dez anos, fechando suas portas na segunda metade dos anos 1980. O prédio construído para abrigar a empresa ainda existe, sendo ocupada nos anos seguintes pela Delco Freedom e atualmente pela Delphi Automotive System. A fábrica em Piracicaba mudou-se para a Zona Franca de Manaus. (Edson Rontani Júnior)
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Galeria dos retratistas
Já que este blog tem o nome de "A Foto e a História", nada mais justo que homenagear os fotógrafos de Piracicaba que através da mídia fazem a história atual de Piracicaba. No passado, Lacorte, Filetti e Cicero contribuíram para a história fotográfica da cidade. Acima, um time de pesos pesados que estão sempre atentos com sua objetiva. Abaixo, equipe que expôs AMANDY no Engenho Central. Parabéns a estes profissionais do fotojornalismo !
Alessandro Maschio, Pauléo, Henrique Spavieri, Daniel Damasceno, Antonio Trivelin, Matheus Medeiros, Davi Negri, Christiano Diehl Neto, Claudinho Coradini, Bolly Vieira e Marcelo Germano
terça-feira, 9 de julho de 2013
Monumento ao Soldado Constitucionalista
* por Edson Rontani Júnior, presidente do Núcleo
Voluntários de Piracicaba / Sociedade de Veteranos MMDC – São Paulo
Este é o valor da terra estremecida
É o poema da glória piracicabana
Pela pátria a lutar, vida por vida,
Tombaram com bravura soberana!
Dor e martírio de uma raça forte
Que é luz e ideal de um sentimento novo!
Sobre as pedras não existe a morte,
Porque não morre quem defendeu um povo!
As letras de poema escrito
por Francisco Lagreca ainda repousam sobre o Monumento ao Soldado
Constitucionalista, também denominado Monumento aos Voluntários de Piracicaba.
Ele situa-se na Praça José Bonifácio em frente à emissora Rádio Difusora de
Piracicaba. A localização é estratégica pois ao seu lado funcionou o Teatro
Santo Estevão, um dos principais pontos de entretenimento e de encontro da
sociedade piracicabana na primeira metade do século passado. O Teatro não
existe mais. O Monumento permanece no local original, mesmo tendo sido
transferido no início dos anos 1980 para a praça em frente ao Cemitério da
Saudade, no Bairro Alto.
A concentração dos
voluntários piracicabanos ocorreu em frente ao Santo Estevão. Dados históricos
mostram que pelo menos 800 pessoas saíram de Piracicaba rumo a São Paulo, onde
pegariam suas armas, receberiam treinamento e partiriam para o fronte de
batalha, na região norte de São Paulo, com maior ênfase para o Vale do Paraíba
e cidades como Cruzeiro. A concentração trouxe um fervor a Piracicaba. A cidade
parou para acompanhar a marcha dos voluntários que se aglomeraram diante de tão
pomposo Teatro. Cantando, tomaram subida pela Rua Boa Morte, escoltados por
membros da Banda Lira Guarani, que tocavam hinos de exaltação, findando o
trajeto na Estação de Trem da Paulista.
A obra homenageia os combatentes voluntários
na Revolução de 1932. Sua construção foi decidida pelo poder público, através
do prefeito Luiz Dias Gonzaga, em conjunto com voluntários e familiares
daqueles que tombaram na luta pelo 9 de julho.
O monumento foi instalado
na Praça José Bonifácio em 1938, seis anos após a Revolução Constitucionalista
em que paulistas se rebelaram contra o governo federal liderado por Getúlio
Vargas.
Para a obra, foi contratado
o escultor Lélio Coluccini, italiano da cidade de Pietrasanta, região da
Toscana, nascido em 3 de dezembro de 1910. Este chegou com a família ao Brasil quando
tinha dois anos. Era de uma família de artesãos em mármore que na cidade de
Campinas (São Paulo) fundaram a Marmoraria Irmãos Coluccini. Tinha um dom
natural com a escultura que a família acabou investindo profundamente nele.
Lélio, em 1924, retorna para a Itália, morando com a avó Teresa, e estudando no
Instituto de Arte Stagio Stagi em Pietrasanti. Tinha 28 anos quando concluiu o
Monumento ao Soldado Constitucionalista em Piracicaba. Deixou obras memoráveis
no Brasil, como a escultura A Caçadora, pertencente ao acervo do Museu da Arte
Moderna de São Paulo. Faleceu em Campinas em 24 de julho de 1983.
O Monumento ao Soldado
Constitucionalista segue o estilo art déco e é tombado pelo CODEPAC – Conselho
de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba.
Em 1979, o prefeito João
Herrmann Neto inicia a remodelação da Praça José Bonifácio, criando um calçadão
presente até a primeira gestão do prefeito Barjas Negri (2004/2008). Com o
calçadão, o poder executivo acreditava que o piracicabano teria um local para
se distrair com a família. Não havia uma Rua do Porto forte como hoje, um lago
na rua do Porto, um local para se caminhar como o existente na Estação da
Paulista. A diversão do piracicabano era ir à Escola Agrícola (ESALQ).
Shoppings só viriam anos mais tarde. Foram incentivados o programa “Domingão”
com atividades de lazer e práticas esportivas na praça. Para isso, seriam
retirados todos os monumentos situados em seu entorno, como o Monumento a Luiz
de Queiróz, o busto de José Bonifácio, a marquise das bandeiras existente ao
final da rua Santo Antonio e o Monumento ao Soldado Constitucionalista. Este
foi o último a ser desmontado. João Herrmann Neto chegou a subir um trator
enfrentando familiares de combatentes que montaram por dias um cordão diante do
monumento para impedir sua retirada. De nada adiantou. Em 1980, o Monumento foi
transposto para a praça em frente ao Cemitério da Saudade (hoje Praça Vitório
Angelo Cobra, o Cobrinha).
Após polêmicas, a justiça
determina o retorno do Monumento ao local original, seguindo decisões do
Tribunal de Justiça de São Paulo e do Supremo Tribunal Federal. A reinstalação
ocorre em 18 de dezembro de 1988.
Uma das placas homenageia
os piracicabanos mortos em combate na Revolução de 1932: Alexandre Petta, Claudionor Barbieri, Ennes Silveira Mello, José Homero Roxo, Natal Meira Barros, Romário
de Mello Nery, Silvio Cervellini e Francisco Souza.
O IPPLAP (Instituto de
Pesquisas e Planejamento de Piracicaba) catalogou o Monumento como tendo sua
estrutura em granito com estátuas em bronze. A art déco se faz presente
conforme o padrão da década de 1930, com blocos de pedra com diferentes
medidas, com um obelisco na parte central com o brasão da república brasileira
feito em bronze. As estátuas encontram-se em três faces, com exceção daquela
cuja parte direciona-se à rua Prudente de Moraes. Numa delas, uma mulher
estende para o alto uma coroa de louro; noutra, um soldado em pé segurando uma
espingarda diante de outro sentado ao chão; na terceira face um soldado abraça
uma mulher com um bebê com ares de ser sua esposa e seu filho, enquanto a outra
mão acalenta a cabeça de outra mulher aparentando ser sua mãe, em prantos, com
a face para o chão.
O Monumento está
completando este ano seus 75 anos de construção e 25 anos de retorno ao local
de origem.
Recente visita realizada
pelo Núcleo Voluntários de Piracicaba – MMDC notou que o local continua
servindo para abrigar pedintes durante as noites assim como crianças e adultos
que utilizam-se do Monumento para sentar ou escalá-lo, de forma inadvertida.
Pombos fazem do seu topo, poleiros tranquilos. Durante nossa seção de fotos,
tivemos que afugentá-los com pets e latinhas encontradas nas proximidades. Na
parte inferior é comum encontrar ação da natureza como oxidação nas placas de
metais e presença de pequenos enxames de abelhas. No geral, sua conservação é
boa. Não se tem notícias de vandalismos recentes neste Monumento.
O
vereador Pedro Kawai (PSDB) solicita informações ao Executivo, através do
requerimento 550/2013, sobre a possibilidade de revitalização dos monumentos na
Praça José Bonifácio, no centro de Piracicaba.
O mesmo
assunto foi objeto da Indicação 1232/2013, protocolada em 8 de março, sendo
reivindicada pelos freqüentadores da praça a revitalização e a restauração dos
monumentos. “A praça é um dos mais importantes pontos turísticos da cidade,
sendo necessário que esteja em ótimo estado”, afirma o vereador.
“Muitos dos monumentos na praça traduzem a
história de Piracicaba, necessitando deixar os mesmos com aparência agradável e
apresentável aos visitantes que freqüentam este local”, aponta o vereador na
justificativa da propositura.
* Texto, pesquisa e fotos de Edson Rontani Júnior –
jornalista, membro do Instituto Histório e Pedagógico de Piracicaba e
presidente do Núcleo Voluntários de Piracicaba
segunda-feira, 8 de julho de 2013
domingo, 7 de julho de 2013
sábado, 6 de julho de 2013
Piracicaba - celeiro do basquete
Piracicaba foi o berço de
esportistas como Renci, Pecente, Wlamir, Waldemar Blatkauskas e muitos outros.
Nos anos 50, o Basquete da cidade chegou a ter um destaque nunca imaginado. O
time masculino do XV de Novembro chegou a viajar ao exterior para participar de
diversos torneios. Na foto de hoje, clicada pelo mestre Idálio Filetti, um
flagrante da partida inicial dos Jogos do Obelisco que a cidade sediou em 1956,
no Ginásio Municipal, em fase de finalização de suas obras. Foto de acervo
pessoal. (Edson Rontani Júnior)
quarta-feira, 3 de julho de 2013
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