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sábado, 19 de março de 2016

José de Alencar em Piracicaba


   José de Alencar esteve em Piracicaba, residindo uma temporada na Usina Monte Alegre, onde criou a base para seu livro "Til", publicado em 1872. O título, aliás, é uma homenagem à forma sinuosa do Rio Piracicaba.

  "Til" foi a terceira obra de Alencar e tem sua atuação passada no interior paulista em 1864. Nesta publicação, ele fala da vida mansa do interior paulista. Piracicaba é citada no livro, onde o personagem Luís Galvão e sua família participam da festa do Congo.

   Sobre o livro ...
  Características: Grande domínio da língua, procura, por meio da literatura, descobrir o Brasil no tempo (passado e presente) e espaço (urbano e regional). Nesse sentido, escreve romances históricos, indianistas, urbanos e regionalistas. Til pertence ao grupo de romances regionalistas. Excesso de comparações, linguagem excessivamente adjetivada, vocábulos preciosos. Narrador em 3ª pessoa, mas algumas vezes o autor interfere na narrativa, comentando aspectos em 1ª pessoa. Cenário: século XIX, na fazenda Palmas, às margens do rio Piracicaba, entre Campinas e Santa Bárbara. Coincide com a expansão da cultura cafeeira na região.

   Enredo: A fazenda Palmas é o cenário da trama e localiza-se às margens do rio Piracicaba. Seu proprietário, Luís Galvão, é casado com D. Ermelinda e tem dois filhos, o casal de gêmeos Linda e Afonso. Também mora na casa um jovem que tem problemas mentais, Brás, sobrinho do proprietário. Outras duas personagens jovens são necessárias para a formação de pares: Berta e Miguel. Como se trata de um romance romântico, são necessários os antagonistas, representados por Jão Fera e Barroso, e a personagem ligada a um mistério, no caso, Zana, escrava ensandecida. Dois eixos constituem o enredo: a formação do par amoroso - Linda e Miguel - e o eixo do mistério que envolve a personagem Berta, que é chamada de Til por Brás. Planejam-se emboscadas e incêndios contra a casa-grande, mas sempre existem pessoas que se interpõem para socorrer Luís Galvão, quer seja Berta, que o salva da emboscada, quer seja Jão, que o socorre no incêndio. Todos os incidentes têm por mandante Barroso, que busca vingança à traição sofrida no passado, envolvendo Besita, mãe de Berta. Os nós vão sendo desfeitos: Besita era casada com Ribeiro, que, após ter assassinado a esposa, mudou o nome para Barroso. A beleza de Besita atraíra a atenção de dois amigos: Jão e Luís Galvão. Jão fora verdadeiramente apaixonado pela moça, já Luís procurara somente uma aventura. O marido de Besita tinha partido para Itu. Certa noite, Zana anunciou o retorno de Ribeiro. Besita se entrega, então, a Luís Galvão, pensando que ele fosse seu marido. Dessa união nasceu Berta. Luís não assumiu a criança e Ribeiro, enciumado, matou Besita. Zana, que tinha presenciado o crime, enlouqueceu e a criança foi salva por Jão e criada por Nhá Tudinha, mãe de Miguel. Era desejo de Ribeiro acabar com a vida de Berta e assim lavar a sua honra. Volta para executar sua vingança, mas é assassinado por Jão, que se entrega à polícia. Após alguns outros intrincados momentos, Luís Galvão reconhece Berta como filha, convida-a para morar na casa, mas a moça acha que seu lugar é ao lado dos que sofrem. Miguel e Linda partem para São Paulo.

   Leia mais sobre o envolvimento de Piracicaba na vida de José de Alencar, clicando aqui.

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