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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Livros sobre escolas, ruas e igrejas de Piracicaba

Uma prévia dos livros lançados pelo Ipplap sobre as histórias de construções de Piracicaba


Escolas (vol. 1)
Até a instituição do regime republicano, Piracicaba oferecia poucas possibilidades de ensino para a população, levando os filhos das famílias mais bem posicionadas socialmente a procurar escolas em Itu ou São Paulo. Iniciativas particulares foram comuns na cidade, principalmente para suprir aquela carência inicial. Professores formados na capital, ou mesmo fora do Brasil, abriam suas casas para receber os alunos, ou eram contratados como tutores. O incremento populacional obrigou o Estado a espalhar escolas por toda a cidade, em atenção às reivindicações da população.

E quem não se lembra da sua primeira escola? Da primeira professora? Do material escolar novinho esperando para ser usado? Do barulho da criançada no recreio? Das brincadeiras com os colegas, que nos ensinaram a viver em sociedade? Das crianças enfileiradas no pátio para cantar o Hino Nacional assistindo ao hasteamento da Bandeira? O Departamento de Patrimônio Histórico do Ipplap revirou o fundo do baú, memórias e fotos de algumas das mais tradicionais instituições escolares de Piracicaba.

No prefácio, o prefeito Barjas Negri diz que “como há mais de uma centena de unidades escolares em nosso município, o recorte proposto pelo Departamento de Patrimônio Histórico do IPPLAP, inclusive para ser coerente com o título da série, passa pelas instituições mais tradicionais, muitas delas responsáveis pela formação dos nossos médicos, psicólogos, professores, economistas, arquitetos, engenheiros, historiadores, metalúrgicos, bancários, jornalistas, políticos e tantos outros profissionais, atualmente em alguma posição de comando. O leitor vai conhecer um pouco sobre as características arquitetônicas desses prédios escolares, sua inserção em determinado período histórico, sua relevância para o município ou para o bairro em que se localiza, alterações sofridas ao longo do tempo e assim por diante.”


Igrejas (vol. 2)
A religiosidade e a fé acompanharam o desbravamento do território brasileiro. Em Piracicaba não foi diferente. Poucos anos após a instituição da Povoação, já havia a determinação da construção de uma capela para os ofícios religiosos e também para o enterro dos católicos na margem direita do Rio Piracicaba, local que atualmente se encontra no parque do engenho Central, berço da cidade.

Quando a transferência da povoação para a margem esquerda, o local escolhido para a esplanada na nova matriz determinou a urbanização de Piracicaba. A partir da localização das atuais praças da Catedral e José Bonifácio, foi determinado o traçado urbano, com as ruas perpendiculares e paralelas ao local, onde também se instalou a Câmara Municipal.

Com a proibição do regime escravocrata e o consequente crescimento da imigração europeia, povos que professavam religiões não católicas passaram a se instalar em Piracicaba, trazendo consigo suas crenças e fé religiosa, além de novas casas de culto. A liberdade religiosa conquistada após a separação entre o Estado e a Igreja Católica permitiu o livre arbítrio da população piracicabana, oriunda de várias partes do mundo.

A religiosidade piracicabana é marcante, independentemente do credo. Os rituais religiosos fazem parte da vida cotidiana e das memórias das pessoas. O batizado, a primeira comunhão ou a profissão de fé, o casamento, a extrema-unção, o velório, os cultos e missas estão entre os adventos mais significativos da reunião familiar e social.

“Presente desde quando ainda era Vila Nova da Constituição até hoje, a religiosidade permeia a vida cidade e de seus habitantes. Além dos ritos próprios de cada fé, as festas relacionadas sempre agregam a vida social. E é por sua importância na história e na formação dos cidadãos, que o tema Igrejas ocupa o segundo volume da série Patrimônio Cultural de Piracicaba. O livro traz, além de algumas das nossas mais tradicionais instituições religiosas, trazendo um pouco da fundação dos templos, da sua importância, uma breve introdução sobre a influência da religiosidade na formação do povo piracicabano e brasileiro”, conta Barjas Negri.



Pelas ruas da antiga Piracicaba
A configuração urbana de Piracicaba ocorreu após a delimitação e delineamento das primeiras ruas centrais, com orientação do senador Vergueiro e execução do Alferes José Caetano. A partir da esplanada onde seria construída a Matriz de Santo Antonio, foram traçadas as ruas paralelas e perpendiculares que definiriam a malha urbana da cidade a partir de sua expansão além dos limites geográficos mais significativos, como o Córrego Itapeva e o Rio Piracicaba.

“Pelas Ruas da Antiga Piracicaba” traz uma seleção de velhas fotografias das mais antigas vias da cidade, pelas quais podemos percorrer os caminhos da memória. Em sua maioria, as ruas e avenidas aqui retratadas já se encontram em novas configurações por conta das alterações das edificações em seu entorno, estando muitas vezes irreconhecíveis para as gerações mais recentes, que as conheceram em novos estágios da evolução urbana.

Em seu prefácio, Barjas Negri conta um pouco da história da cidade: “O povoador de Piracicaba, Capitão Antônio Corrêa Barbosa, desobedeceu determinação do Capitão-mór de São Paulo, Morgado de Matheus, e fundou a povoação em local que considerou mais propício, à margem direita do rio e próximo ao salto. A fundação de Piracicaba em 1767 não foi acompanhada de um plano de arruamento. Apenas após a determinação de mudança de margem, para favorecer a circulação dos tropeiros, em 1784, é que foi estabelecido o arruamento da futura vila. Seguindo padrão português, com traçado quadrangular destinado à circulação de carroças, é que se configura, em 1822, o centro histórico da cidade.”

Para quem teve a oportunidade de conhecer as ruas do modo como estão retratadas na obra, fica a possibilidade de caminhar de volta ao passado. Para quem nasceu depois, trazemos uma oportunidade de conhecer parte significativa do imaginário piracicabano. “O livro contém fotografias originárias dos mais importantes acervos públicos da cidade, acompanhados de frases de piracicabanos e visitantes, publicadas em diversos jornais e livros de diferentes épocas, o que nos faz caminhar pelas mesmas vias observadas por estes autores”, ressaltou o prefeito.

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