A Fermata lançou em 1984 o LP "Ontem ao Luar - Uma Nívea Lágrima", com músicas de Pedro Alexandrino. As músicas podem ser conhecidas na foto abaixo. Clique nela para ampliar
A capa era do Henrique Spavieri. Bela por sinal.
Na contra-capa, Leandro Guerrini escreveu :
"A seresta está na praça. Com honra e galas ! Está na praça, na voz do cancioneiro Pedro Alexandrino, que acaba de gravar pela 'FERMATA", o seu 2°. LP de músicas românticas.
Trata-se de um festejado seresteiro, fina sensibilidade, que modula com segurança e proveito, que sabe dispor de seu talento. Pertence aquela categoria chamada de serenatistas, singelamente, sem arroubos assanhados, que arrancam do peito endexas filigranadas, enquanto o violão soluça o acompanhamento. São aqueles cantores que sentem a verdadeira alma do povo, solfejando o que lhes vai no íntimo. Legítimos, sem a imposição de terceiros, da influência que vem de fora.
Pedro Alexandrino canta, atendendo ao imperativo interior, e se acompanha ao vilão com agrado. Conhece a seara dos aplausos. Possui um bom fio de voz, não tonitroante de tenores líricos, mas melodiosa e constante, bem empostada. Voz de nítido serenatista, um gemido na garaganta, um lamento a derramar-se em notas, que a gente ouve com redobrado prazer, esquecendo as horas que correm.
Temos para nós, que a modinha ainda continua a ser, a expressão mais acrisolada do sentimento popular. Por que tem trilha repousante, sem ser agressiva, busca as fibras profundas. É sincera na candura da essência - uns acordes bem cadenciados, tangendo sonhos, sem arreganhos da estranja - aquela caipirinha de Monteiro Lobato, pés descalços, esbanjando quimeras.
Não que a gente seja contra a evolução. Claro. A canção, na constância dos costumes, deve evoluir, deve procurar novas formas, roupagens que se afinem com os minutos do presente. Todavia, quer queiram, quer não, o romantismo continua a ser ainda, a flor que suavisa as horas mortas. Noite adentroi, anima-se a serenata, deliciosa, cheia de pretestos sonoros, de encantamentos perfeitos.
Nesse seu 2° LP, o cantor Pedro Alexandrino selecionou peças de inteiro agrado, pois estão na preferência sentimental do artista. Bons instrumentistas fazem 'fundo' às canções, de forma a satisfazer de modo geral. O trabalho técnico é da Gravadora Fermata, o que representar fator de êxito.
Sem receio de errar, achamos que o presente disco, vai ser ótimamente recebido. Talvez não contente à ala inovadora, mas satisfará totalmente o grupo de conservadores. A modinha é de contexto suave, envolta de brandura, a saudade presente.
Assim sendo, recomendamos este LP de Pedro Alexandrino, às pessoas que recebem sem caretas, os recados dos dias idos, na expressão da modinha brasileira. Um tesouro a mais na discoteca do colecionador. É por esta razão, que abrimos esta croniqueta com o alerta carinhoso, afirmando naturalmente, que a seresta está na praça."
Trata-se de um festejado seresteiro, fina sensibilidade, que modula com segurança e proveito, que sabe dispor de seu talento. Pertence aquela categoria chamada de serenatistas, singelamente, sem arroubos assanhados, que arrancam do peito endexas filigranadas, enquanto o violão soluça o acompanhamento. São aqueles cantores que sentem a verdadeira alma do povo, solfejando o que lhes vai no íntimo. Legítimos, sem a imposição de terceiros, da influência que vem de fora.
Pedro Alexandrino canta, atendendo ao imperativo interior, e se acompanha ao vilão com agrado. Conhece a seara dos aplausos. Possui um bom fio de voz, não tonitroante de tenores líricos, mas melodiosa e constante, bem empostada. Voz de nítido serenatista, um gemido na garaganta, um lamento a derramar-se em notas, que a gente ouve com redobrado prazer, esquecendo as horas que correm.
Temos para nós, que a modinha ainda continua a ser, a expressão mais acrisolada do sentimento popular. Por que tem trilha repousante, sem ser agressiva, busca as fibras profundas. É sincera na candura da essência - uns acordes bem cadenciados, tangendo sonhos, sem arreganhos da estranja - aquela caipirinha de Monteiro Lobato, pés descalços, esbanjando quimeras.
Não que a gente seja contra a evolução. Claro. A canção, na constância dos costumes, deve evoluir, deve procurar novas formas, roupagens que se afinem com os minutos do presente. Todavia, quer queiram, quer não, o romantismo continua a ser ainda, a flor que suavisa as horas mortas. Noite adentroi, anima-se a serenata, deliciosa, cheia de pretestos sonoros, de encantamentos perfeitos.
Nesse seu 2° LP, o cantor Pedro Alexandrino selecionou peças de inteiro agrado, pois estão na preferência sentimental do artista. Bons instrumentistas fazem 'fundo' às canções, de forma a satisfazer de modo geral. O trabalho técnico é da Gravadora Fermata, o que representar fator de êxito.
Sem receio de errar, achamos que o presente disco, vai ser ótimamente recebido. Talvez não contente à ala inovadora, mas satisfará totalmente o grupo de conservadores. A modinha é de contexto suave, envolta de brandura, a saudade presente.
Assim sendo, recomendamos este LP de Pedro Alexandrino, às pessoas que recebem sem caretas, os recados dos dias idos, na expressão da modinha brasileira. Um tesouro a mais na discoteca do colecionador. É por esta razão, que abrimos esta croniqueta com o alerta carinhoso, afirmando naturalmente, que a seresta está na praça."
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